Imagem de Nossa Senhora Chora

“Padre, a imagem está viva!”.

 

Foto revela o exato instante em que meninos e meninas da Paróquia dos Santos Anjos, no Leblon, se surpreendem com uma lágrima que teria brotado do olho direito da imagem de Nossa Senhora da Conceição | Fotos: Divulgação e Paula Beatriz Brasil (O Dia online)

Frequento algumas igrejas no Rio, não para participar de missas, mas para meditar. Tenho algumas favoritas como a da Lampadosa, N.S. do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, Santa Luzia, a maioria no centro histórico e algumas perto de casa. Uma delas virou notícia há alguns dias: a Igreja dos Santos Anjos no Leblon, por causa de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que chorou. O fenômeno, presenciado pela maioria das 40 crianças presentes e alguns adultos que participavam da cerimônia, no final da tarde do último sábado, foi registrado em fotos. O fato teria acontecido durante missa em que a santa foi coroada. Inicialmente, concentrados na missa e aturdidos pelos “cupins do calor” que invadiram a templo, ninguém percebeu o fenômeno, a não ser as crianças de 9 anos de idade que fazem catecismo.

Chorando, a pedagoga Cláudia Talesfero, 45, e o marido, o advogado Gilmar Talesfero, 49, que moram no Méier, na Zona Norte, foram de manhã à missa na paróquia e, assim como dezenas de pessoas, fizeram questão de visitar a imagem. “É emocionante”, comentou Cláudia.

Depois da missa, ninguém mais viu mais o líquido na rosto da santa.

Segundo o padre Marcos Belizário, não é a primeira vez que paroquianos da Igreja dos Santos Anjos, na Avenida Afrânio de Melo Franco, viram algo incomum durante as missas. No dia 27 de setembro de 2009, durante a celebração, vários fieis avisaram o pároco que viram o rosto de Jesus Cristo projetado no altar.

O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, vai mandar investigar a suposta lágrima que teria brotado do olho direito da imagem de Nossa Senhora da Conceição.  Para o assessor de imprensa da arquidiocese, Adionel Carlos da Cunha, “é certo que houve, de fato, algo fora do normal, que carece de ser estudado”.

As Sincs de SAI BABA

Sai Baba

Na manhã de domingo, dia 24 de abril, Sathya Sai Baba desencarnou. Curiosamente, o guru indiano partiu desse mundo, durante o feriado da Páscoa cristã, a reflexiva época do renascimento. Nesse mundo cheio de interesses mil, poucos ocidentais sabem quem foi esse homem, considerado um novo Cristo pelos discípulos, a maioria indianos. Segundo dizem estava com 85 anos e nos últimos meses já bastante enfermo com problemas cardíacos, pulmonares e renais. Um de seus maiores seguidores e que mais lhe ajudou economicamente foi o ex-proprietário da rede de restaurantes Hard Rock Café, Isaac Burton Tigrett, que viveu em Puttaparthi, terra de Sai Baba na Índia e que doou grande parte de sua fortuna à fundação de Sathya Sai Baba.

Soube da notícia por um amigo que me ligou hoje cedo, no dia seguinte à passagem do guru. O amigo soube da morte de Sai Baba e estranhou a data, pois no mesmo dia 24 de abril, só que de 2008, ele perdera um colega de trabalho. A coincidência tornou-se ainda mais estranha, pois ao chegar em casa, lembrou-se de ter separado há anos, um livro sobre os milagres de Sai Baba para ler, que nunca foi nem sequer aberto. Impulsionado pela curiosidade e pela recente notícia, procurou a publicação e ao encontrá-la, deparou-se com algo como um marcador de páginas em seu interior, algo que marcava bem mais do que páginas: era um santinho de falecimento do amigo de trabalho com a data de 24 de abril de 2008.

Esse é apenas o preâmbulo.

Já escrevi sobre isso antes, sobre o baixo nível, a raiva e o ódio dos que não aceitam que outras pessoas possam ser espiritualistas, umbandistas, espíritas ou o que quer que sejam. Recorri ao Globo on line para ler a notícia sobre o passamento do guru e me deparei com alguns comentários como: “Se ele era guru por que não se curou? Se ele era guru por que o acusavam de charlatão? Se ele era guru por que não ressuscitou ao terceiro dia?”. Realmente não entendo por que alguém perde tempo expelindo ódio, gastando energia com isso… Não há por que comparar Jesus com Sai Baba e nem os Beatles com os Rolling Stones. Tudo isso é uma bobagem, a fé é uma bobagem e o ateísmo também, a luz é uma bobagem e a escuridão também. Vivam e deixem viver. Eu não vendo minha verdade e a minha fé, porque eu as vivo, eu sou ela, se você não é, se não acredita, tanto faz, por que o ódio? Por que a diferença ou a semelhança incomodam tanto? Mais impressionado, fico eu com o baixo nível dos leitores dos grandes jornais. É a mesma gente que reclama pelos “seus” direitos, que pede para se expressar, para escolher “seu” próprio destino. A liberdade de fato é um rolo compressor, tão truculento quanto a ditadura.

Sai Baba

Sai Baba esteve próximo a mim em inesquecíveis ocasiões (não fisicamente, quero deixar claro) e todas engraçadas, para dizer o mínimo, então esta postagem é a minha singela homenagem e respeito ao indiano. Posto aqui duas boas histórias.

1 – Na primeira metade dos anos 90, estava viajando com músicos em um ônibus para o Brasil central. Exatamente à minha frente, sentaram duas moças que conversavam em inglês. “Do nada”, elas se viraram para falar comigo e perguntaram sobre a espiritualidade do país, queriam saber mais sobre o Candomblé e o Espiritismo, queriam conhecer o Planalto Central. Isso chamou a atenção dos músicos, sentados no outro extremo do veículo, que não estavam interessados em espiritualidade, mas nas duas louras. As inglesas comentaram que haviam chegado da Índia, do Ashram (comunidade formada para promover a evolução espiritual dos seus membros, frequentemente orientado por um místico ou líder religioso) de Sai Baba. Do outro lado do ônibus, o mais esdrúxulo dos músicos, o que mais queria aparecer, fazia troça, em altos brados, sobre a nossa conversa, usando termos de baixo calão e fazia trocadilhos em português – que elas não podiam entender – com o nome e a aparência física do guru. Agradecidas, elas me entregaram alguns pequenos pacotes azuis com o rosto de Sai Baba e me disseram que em seus conteúdos havia Vibhuti e me aconselharam: “Use com sabedoria.”

Vibhuti significa poder, esplendor, glória e majestade.

Vibhuti

O pó Vibhuti, que brotava das palmas da mão de Sai Baba é esbranquiçado como cinza, suave ao tato, com um forte e agradável aroma e sabor de milhares de flores juntas em forma de fina chuva. O pó é entregue ao devoto que Sua vontade escolheu por motivos que tão só Ele conhece.

Bhagavan Baba se referia ao milagre de criar Vibhuti na palma de Sua mão como: “Meu cartão de apresentação”. Ele dizia:

…”Não lhes é possível aprender o significado pleno do Avatar ou resistir a Seu esplendor total sem um período de preparação, e por isto é que lhes revelo só pequenas quantidades de glória, como a criação de cinzas…”

…”Não está em minha natureza pregar atrativos para conseguir que as pessoas venham a Mim. Eu derramo alegria sem nenhum propósito em particular e é devido a isto que me deleito nos milagres…” 

Pedi a meu irmão que colocasse o Vibhuti na língua de sua filha e minha sobrinha para protegê-la.

Meu encontro com “as louras de Baba” foi motivo de escárnio por parte de um dos músicos, o autor dos trocadilhos, durante anos. Após nos separamos profissionalmente, só fui revê-lo, após 7 longos anos. Uma noite, o reencontro visivelmente alcoolizado e ao me abraçar, ele confessa consternado: “Há anos, sou discípulo de Sai Baba!”

Nada como um dia após o outro

 2 – No ano seguinte, em 2008, estava gravando um disco e queria dar uma sonoridade psicodélica ou indiana a uma música, mas me faltava a ideia. O dono do estúdio me chamou para que eu fosse apresentado a um dos seus amigos dos anos 70, um ex-fã da banda The Who que se tornara discípulo de Sai Baba. “Gravo CDs devocionais”, ele disse. “Já fui à Índia várias vezes”, completou. “Estou gravando um CD neste mesmo estúdio”. Esse encontro me deu um estalo: nada acontece à toa e se estávamos gravando no mesmo estúdio, nos mesmos dias, por que seria? Um toque indireto de Sai Baba?

Quando fui pedir autorização para o uso das gravações, o fiel já havia terminado o trabalho e viajado, talvez para a Índia. Comentei sobre o assunto com o técnico de gravação, e juntos usamos algumas das faixas gravadas para o CD de tributo a Sai Baba, que estavam no mesmo HD que armazenava meus arquivos, e as colocamos no final de uma composição escrita por mim. Alteramos as afinações, velocidades, recortamos pequenos trechos, invertendo ordens e encaixamos tablas, harmônios e cítaras em locais improváveis. O resultado ficou excelente.

“Sai Baba, me perdoa por essa, mas é pela arte e pelas sincronicidades!”, me desculpei em voz alta. Parece que “ouvi” um sorriso.

OM SAI RAM.