Diariamente convivemos com as sincronicidades. Se estão constantemente conosco, não nos surpreendemos tanto, as tratamos como amigas. Se tardam a ocorrer, as tratamos como fenômenos. Hoje, quarta dia 17 de abril de 2013 completou-se um ciclo de acontecimentos sincronísticos.
Logo de manhã, o interfone do apartamento que pouco toca, “me chamou”. Quando o atendi ouvi uma senhora com a voz muito parecida com a de minha mãe, desencarnada há 6 anos, chamar pela “Lurdinha”, que era o nome de uma de suas melhores amigas. Disse à senhora que era engano, mas depois que desliguei imaginei o seguinte diálogo:
– Oi Mãe! Sou eu, seu filho.
– Oi meu filho, como você está?
– Tô bem, Mãe, mas esse telefonema não foi uma desculpa para falar comigo?
– Sim, meu filho… (ela confessa) Liguei para te dizer que está tudo bem.
…
Os sinais? Visíveis.
Ao assistir hoje, dia 17 de abril, ao jornal de meio-dia, descobri que um ônibus havia perdido a direção às 9h30 da manhã e se chocado contra uma banca de jornais e a portaria de um prédio aqui perto de casa. Graças a Deus não houve mortes, mas além do desastre físico, senti o evento como uma mensagem que referendava a “mensagem de mamãe”: que estava tudo bem. Na esquina do acidente, há uma estátua que adoro: a do corneteiro Lopes (meu sobrenome), que participou de um dos eventos mais bizarros durante os conflitos pela nossa independência em 1822.
Na matéria da TV sobre o acidente não dava para saber se o monumento ao corneteiro Lopes havia sido atingido. Desci para saber. Incrivelmente, a estátua estava intacta e tudo ao redor destruído. Dava para ver a marca dos pneus no asfalto que passaram rente ao monumento… Quando vi o Lopes inteiro, senti a proteção espiritual em andamento, o olho que tudo vê. A intocabilidade da estátua era um evento sincronístico do mesmo nível da sincronicidade que relato ao final deste texto, como se fossem a cauda e a boca do Ouroboros.
- Essa semana fez 101 anos do afundamento do Titanic. Estou acompanhando uma série sobre a tragédia e revi um documentário de 2 horas sobre a mais detalhada pesquisa feita nas profundezas do oceano. A série fala sobre os conflitos humanos à bordo do transatlântico. Conflitos humanos… A conclusão da história do Titanic, o transatlântico que “nem Deus afundaria” em 1912, é que a humanidade parece ter buscado a primeira e segunda guerras mundiais, graças a tanto preconceito, belicismo, racismo, e falta de noção. E tudo isso bem exemplificado no universo de um navio.
Ano passado, ao assistir ao mesmo documentário – por causa dos 100 anos do afundamento -, penetrei em uma nova fase da vida, um marco entre o antes e o depois. Misteriosamente, os acontecimentos que vivi e vivo, desde então, foram profetizados por um conhecido, exatamente como vieram a acontecer. Sinais fortes como choros convulsivos e inexplicáveis, sempre perante a mesma cena, ocorreram durante 3 anos consecutivos. O que percebi, e o que acredito, é que tudo o que ocorre conosco foi planejado antes mesmo de encarnarmos. Acredito que todo o mal e o bem são ilusões e farsa – no sentido teatral – com o objetivo de interpretarmos nossos papeis neste teatro cósmico para, obviamente, aprendermos algo. Hoje na quarta, dia 17, logo após o telefonema, “nem sei bem o por quê”, li esta passagem na wikipédia que explica o que, creio, ocorre comigo e provavelmente com os leitores:
“Em seu livro Muitas Vidas, Uma Só Alma, o Doutor Brian Weiss apresenta uma nova concepção sobre a teoria reencarnacionista: o estado hipnótico de progressão a vidas futuras. Segundo o psiquiatra, tais progressões poderiam ser consideradas alucinações se não houvessem concordância com a realidade, contudo, afirma o psiquiatra que milhares de seus pacientes que chegaram neste estágio hipnótico acabaram por revelar semelhança entre os fatos que viam, como o reconhecimento de si mesmo nessas ações futuras, sendo elas consequências das escolhas feitas pelo indivíduo no decorrer de sua vida atual ou de muitas de suas vidas. Esse conceito é exposto, com outras nomenclaturas, por exemplo, na filosofia contemporânea do pensador francês Jean-Paul Sartre, o qual, embora não crendo em qualquer existência de uma alma, afirma que o indivíduo é um “ser” simplesmente por sua capacidade de fazer escolhas e que tais escolhas são a projeção desse indivíduo no mundo e também as responsáveis pela definição de seu futuro”.
O que quero dizer é que as escolhas que geram os fatos que acontecem hoje, foram feitas antes mesmo de encarnarmos, antes mesmo de sabermos quem somos, ou quem achamos que somos.
Há pouco tempo, começaram a construir uma estação do metrô na porta de casa, na verdade na praça onde cresci, ao lado do apartamento. Mas a avenida em frente de casa foi interditada e assim ficará durante anos. Para prosseguir com a obra, decidiram matar a minha amiga árvore que me acompanhou durante toda a vida. A proximidade era tanta que a árvore encostava em minha janela. Para mim era natural olhar pela janela e ver uma floresta formada por várias árvores, mas havia uma, especial, que me acompanhou a vida inteira e com quem me comuniquei durante décadas.
Um dia, acordei enjoado. Foi quando ouvi o barulho de uma motoserra. Eram 10 da manhã. Só deu tempo de pegar a câmera e registrar os últimos minutos de minha amiga. A cumprimentei antes que fosse cortada em mil pedaços. Ela se foi porque o progresso a condenou.
A morte de minha amiga-árvore me levou a encontrar uma foto minha com 4 meses na praça onde será erguida a estação do metrô. Quando vi a foto fiquei abismado… No fundo está o monumento à Saldanha da Gama, revoltoso da segunda revolta da Armada contra o governo Floriano Peixoto.
Em frente a este mesmo monumento, em 15 de setembro de 2012, tive uma das experiências sincronísticas mais fortes de minha vida: saber o nome definitivo do meu filho. Um nome, para dizer o mínimo, escolhido por Deus. Quando esta foto foi tirada em 1962, ela já antecipava, como uma máquina do tempo, que o meu filho nasceria em 2012.
Tudo está escrito. O antes e o depois. Um quarteirão é o mundo inteiro. As sincronicidades são as portas e está tudo bem.
https://sincronicidademagica.wordpress.com/2012/09/16/razao-de-alegria/
https://historiacantada.wordpress.com/2011/10/25/saldanha-da-gama/