A vida ocorre agora. O resto é memória.

sinc_mae_20_8_15_1921-22 Pablo Picasso (Spanish artist, 1881–1973) Mother and Child.

Viver o hoje, o aqui e o agora é a solução para nos afastar das armadilhas da mente. É um exercício diário, constante, e a bem da verdade, complexo. A tentação é grande em vivermos entre comparações, entre o que foi e o que há. Quando, por exemplo, acreditamos que uma gripe anterior é “parte” de uma gripe atual, por assim dizer.

A mente funciona como uma câmara de eco. Idéias do passado, mágoas, lembranças de ontem batem na parede, e retornam ao ponto de origem amplificadas. E incorremos em grande perda de tempo ao valorizar ecos que não são reais. Uma boa forma de tratar um trauma é não dar-lhe importância. Não desprezá-lo, mas não valorizá-lo. As lembranças não devem nos impedir de agir. A vida ocorre agora. O resto é memória.

Você sabe que o passado “existe”, mas ele já ocorreu, não acontece neste segundo. Por isso todo o tempo usado remastigando o que já foi engolido só cria suco gástrico e úlceras mentais. O coração fica pesado e rubro. Paralisado. O que “resta” após as nossas experiências (do passado) é uma espécie de reflexão. O trauma é o excesso, o eco reamplificado. E quem alimenta tudo isso somos nós quando damos importância a ecos. É a mesma coisa que fazemos ao julgar os outros pelos nossos parâmetros. Cada um é uma experiência única. Mas a maioria precisa de líderes sejam religiosos ou políticos para dizer-lhes o que fazer. Você pode ser o seu líder sem ser alguém desumano ou egoísta. Se você consegue conviver com isso, ótimo. Se não consegue aprenda a negociar ou se afaste…

As coisas que eu posso resolver agora eu resolvo. As que não posso, ou não quero, deixo para quando for possível. É como administrar as contas. Não dá para pagar tudo quando nos vemos entre a cruz e a caldeirinha. Saldamos o que é prioridade e administramos as dívidas. Os luxos (ou excessos) passam a não ter importância. E se alguém depende “miseravelmente” dos luxos para viver…

A pergunta é: como podemos negociar as soluções?

As histórias que relato no texto de hoje dizem respeito a “tratar” o passado de forma terapêutica. Pelo menos é o que ocorre comigo, e tem servido como motivação.

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Tenho algumas histórias com minha mãe, muitas não muito agradáveis. Ela pode ter feito 80% de coisas ótimas, mas os 20% marcaram demais. Hoje, entendo vários dos seus “defeitos”, e não a julgo o que passou, mas sei que influenciaram o que ocorreria depois. Toda ação gera uma reação, muitas vezes inimaginável. Muitos pais, em sua autoridade – ou falta dela – se excedem, e alegam que não o fazem por “mal”, mas por “acharem” que fazem o “melhor para os filhos”. Muito disso é questionável. Mal comparando, é como a questão da maioridade penal ou de castigar os filhos. Há os contra e os favor. Quem ganha? Quem perde?

De todas as artes com as quais me envolvi, o desenho é – para mim – a mais terapêutica. Minha primeira paixão foram as histórias em quadrinhos. Colecionava várias revistas de superheróis, por volta de dez anos de idade. Certa vez, fiz alguma “malcriação” para minha mãe e ela rasgou cada uma das revistas – e era uma pilha -, bem na minha frente. Eu implorava, me agarrava em sua perna, chorando, para que ela parasse. Mamãe prosseguiu dizendo que eu deveria “virar homem”. Vi meus heróis virarem pó.

Para não dramatizar muito, mas já dramatizando, lembro que me ajoelhei perante àquele monte de papel e senti uma dor imensa, muito maior do que o meu tamanho, com apenas uma década de vida. Ninguém merece… Sei que apenas tive revistas rasgadas, e hoje, acho bobo ter chorado por causa disso, mas não eram revistas, eram sonhos. Conheci meninos da minha idade estuprados e vivendo em condições miseráveis, mas essa era a minha “realidade” de menino de classe média. Nunca vi criança de dez anos ter consciência social…

Desde àquela época decidi não mais desenhar. Perdi as forças, por assim dizer. Ainda tentei, mas não estudei, e nem me esforcei o suficiente e acabei deixando para lá. De certa forma, senti que não era mais para mim, que a “missão” era outra e que o tempo daria cabo ou resolveria a questão. Até parecia que eu fazia algo errado quando segurava um lápis… Muitos sofrem bullying no colégio. Meu primeiro bullying foi em casa…

Por que (re)conto essa história? Por que falo sobre não lembrarmos de traumas e recupero um? Para quê?

Passados 40 anos, um amigo me trouxe um presente: uma das revistas, uma das mais simbólicas, dos meus dez anos de idade. Ele nunca soube dessa história. O link entre os fatos foi inconsciente. O amigo serviu de ponte entre o passado e o presente para me intuir a respeito de um desejo relutante: retomar os pincéis.

Sabe a sensação de um filho sair pela porta de casa e voltar 40 anos depois? Qual seria a sua reação? Admoestá-lo ou perdoá-lo? Ter de novo a revista em minhas mãos apagou 4 décadas de intervalo entre um evento e outro. O religamento foi tão intenso que pesquisei na internet grande parte das revistas rasgadas. Nos anos 70, ninguém imaginaria ser possível “baixar” livros ou filmes. Era coisa de Jornada nas Estrelas. Aquela era a época do ter ou não ter. Hoje, grande parte do acervo mundial está disponível, como “energia” e não mais como algo físico, como “matéria”. Mesmo que não seja para lê-las, as baixei para recompor a partitura perdida, rasgada há tanto tempo, e principalmente para me perdoar e perdoar mamãe. Não mais me importa o fato de tê-las fisicamente ou não, isso não faz a menor diferença. Não se chora sobre o leite derramado. O que me importa hoje é compreender e me desapegar de todas as energias e lembranças ruins. E isso nada tem a ver com negação.

Tive vários insights poderosos ao recuperar as revistas rasgadas. O maior deles, voltar a desenhar. E é o que tenho feito. Esta arte abaixo foi feita ontem.

Todo dia é um novo dia para recomeçar.

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Tom Zé e o inseto espiritual

Nós: a percepção individualizada de um instante reconfigurado no tempo-espaço. Nem tão verdadeiros por temos corpos físicos implacáveis e nem tão fluídicos, impalpáveis, porque também somos seres espirituais.

Tenho aprendido todos os dias, durante essa caminhada insistente, mas reconfortante em muitos aspectos, mesmo que seja “apenas” o resultado momentâneo, de um “momento estendido” e de uma compreensão progressiva.

 Esta introdução poetisa a sincronicidade que em 2013 tem mais e mais me convencido de que:

1 – Alguns fatos claramente possuem conecções com outros.

2 – Alguns fatos, ocorrem de forma pretensamente aleatória, conectam o tempo passado e o futuro, antes mesmo que as decisões sejam tomadas.

3 – Os fatos estão conectados a momentos, nos quais “algo” te indica o que fazer.

4 – Mais importante do que fantasiar ou traçar metas é estar atento ao momentum.

5 – Vivemos em um mundo e mente duais, enquanto que as sincronicidades perfazem várias camadas, várias dimensões de ação e entendimentos.

6 – Todo processo é coletivo e individual.

7 – Todo processo é invidividual.

8 – Todo processo é.

9 – Todo processo não é.

10 – Todo julgamento é bobo.

E além de tudo o que escrevi, devemos lembrar de um grande inimigo nosso: o ego. Toda hora que você usar a sua mediunidade para saber como será a vida, o amor, e os negócios, você estará dando substância ao ego. Isso joga ao chão quase todas as artes divinatórias, que adulam a egomania. Na verdade não me preocupo com nada disso há décadas. O nosso futuro é parte do fluxo sincronístico, é o que foi, é e será. Se queremos mudar ou não, isso já não me compete julgar ou decidir, apenas sigo o fluxo, feliz ou não e abandono a ilusão e toda felicidade superficial para me aprofundar no que existe hoje em várias camadas da percepção.

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Acabei de assistir a um documentário sobre o compositor Tom Zé. Ele acabou de falar de um período em que havia desistido da carreira. Ninguém lhe dava atenção, as pessoas corriam dele, não havia público. Então, Zé decidiu retornar para Irará (Bahia) e recomeçar a vida. Escolhera trabalhar no posto de gasolina de um primo. Nesse momento, um “americano” bate à porta da casa de Zé. O brasileiro diz que o gringo havia se enganado. Na verdade o cara não era “americano”, mas escocês. David Byrne (ex-Talking Heads) estava em busca do autor do LP “Estudando o Samba” dos anos 70. O cara era Tom Zé mesmo, não havia outro. A partir daí nasceu uma relação profissional e um novo período na vida do brasileiro, uma reconecção com a sua verdade interna através das mãos de outra pessoa sensível como Zé, uma pessoa que não se encontrava na América do Sul.

Zé era, é e será não-vulgar, mas até mesmo para ser assim, é necessário que haja tempo. A compreensão não nasce de uma hora para outra. É todo um processo.

“O defeito mais grave de todos é pensar.” (Tom Zé)

 TOMZE

Um fato sincronístico recente e curiosíssimo:

Fui assistir a um video espiritualista. Apertei o botão “errado” e caiu em outro vídeo postado há quase um ano atrás. Quando olhei a data, me surpreendi ao ver que o haviam postado na mesma data do meu aniversário há um ano, em um dia bastante complexo, com energias conflituosas. Mal o video foi exibido começou a chover do nada.

Cismei com um inseto no dia seguinte. A imagem e a presença dele me vinham à mente ininterruptamente. Decidi ler um livro e caí na página que citava o inseto… Eu hein. À tarde liguei a internet e vi na página de abertura uma postagem sobre o inseto. Soube que um amigo está fazendo tratamento espiritual comigo há distância, sem eu saber. Descobri no mesmo dia que decidi assistir a um documentário estrangeiro sobre curas mediúnicas. Uma paciente falou no documentário que havia sido tratada à distância no dia tal… , que por acaso era a mesma data acima. À noite decidi assistir a um filme e nele falaram o nome do inseto de novo! E esse, diga-se, não era um inseto qualquer…

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Uma das possíveis interpretações (livremente surfando na terapia analítica) é que esse inseto não pode ser visto, mas é capaz de causar mal. Como um “obsessor” ele não pode ser visto, mas pode ser sentido. A cura à distância higieniza o ambiente para eliminar os “invasores invisíveis”, mas nós também temos que fazer a  nossa parte, limpando a mente e nos desarmando. Concluí que realmente estava sendo alvo de ataques espirituais. E o que a gente faz para impedir isso? Muda, progride, fica mais atento, elimina o que não te serve mais, não julga, não reforça o ego, e acredita acima de tudo no amor.

 

Conversas diárias com DEUS.

Não conduzo minha vida, quem a conduz é DEUS.

Não me rendo perante às dificuldades, mas me sinto muitas vezes cansado. Nessas horas, lembro de uma grande amiga que diz: “Entregue e Confie”. Essa é uma grande verdade: entregar-se é um ato de total confiança no bom “julgamento” do destino. Entregar não significa desistência, mas confiança de que o resultado vindouro será o melhor para todos.

Confiança ilimitada seria excesso de confiança? Nós somos os piores julgadores de nós mesmos: ou nos excedemos em elogios e críticas aos “outros”, ou nos desmerecemos. E como saber de que “lado” estamos, se Deus, afinal de contas, é por todos, pois somos todos filhos Dele? Essa é uma questão que frequentemente volta à baila. Talvez, o julgamento de “certo” e “errado” não nos pertença, nem a juízes, nem às leis. Até mesmo por uma questão de sobrevivência mental e cultural da “espécie” nos apegamos a esses julgamentos: de que os “outros” são maus e nós “bons”. E isso gera dos pequenos aos grandes conflitos mundiais. Mas não somos todos filhos de Deus? E Deus tem filhos maus? Será que ele mesmo não deixa com que nós mesmos, e nossas energias resolvam a questão, sem qualquer ingerência? Isso posto, sem julgamentos sobre a fé, religião, ou filosofia que você segue.

Na maior parte do tempo, eu confio.  E o tempo, como senhor da razão, me mostra as falhas e as decisões corretas após alguns anos, às vezes décadas. Não vejo o dia-a-dia como rotina, pois espero, e realmente ocorrem, tantas surpresas, que cada dia tem o seu próprio espectro de variáveis. E todas nos conduzem a tomar decisões e essas escolhas nos levam a novas experiências, para que possamos viver ainda mais novas e mais amplas oportunidades. Enquanto agradeço a DEUS, por estar de pé de novo, aproveito e renovo a esperança no amanhã para viver o hoje com intensidade sincronística. Literalmente, o melhor a fazer é confiar.

O ato da entrega te submete todinho à ação do “acaso”, que “por acaso” não tem nada de “acaso”.

2013 será um ano de colheita do que foi plantado em 2012 e até bem antes, décadas inclusive. O que foi plantado neste ano estava escrito, ou “pré-plantado”. Sempre esteve “aqui”, como consequência de decisões tomadas anteriormente, no “ontem”, “hoje” e “sempre”. Desejo, sinto,pressinto e quero que minha vida mude radicalmente em 2013. A energia que habita meu corpo precisa de mais espaço, talvez de um “novo corpo”.  Necessito que o que foi plantado se manifeste intensamente. Segui o fluxo da vida, me atirei de cabeça e segui confiante. Nada tenho a temer. Nada tens a temer. “Entregue e Confie!”.

Suas decisões são regidas pelo medo? Pela mágoa? Por fraqueza ou pelo desejo de ser o dono da situação?

Perdoe, reze, mentalize e agradeça pelas conquistas e “fracassos”.  Agradeça pelos conflitos e desafios, pelos amores e pelas dores. Depois, e com a devida compreensão, libertado das amarras, você renascerá.

Repórter: “Devemos conversar com DEUS o tempo todo? Dê um exemplo do que você quer dizer com isso.”

Donald Walsh: “Você nunca pegou um telefone para ligar para alguém e essa pessoa já estava na linha? Ao dirigir, nunca pensou que nada faz sentido na sua vida e na rádio toca uma  música que fala diretamente a você? Ou quando uma pessoa entra em sua vida, aparentemente do nada, e você fica pensando como pôde viver sem ela? Tudo isso é DEUS.”

Donald Walsh, autor do livro Conversando com Deus.

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O seu mundo é uma criação mental.

Essa é um dos segredos das sincronicidades: elas se manifestam porque você as cria. Elas piscam como faróis, para que você mesmo “se” avise qual é a melhor decisão que o seu próprio Eu, ou o seu DEUS interno já escolheu. O Deus interno tudo vê e percebe sem amarras, enquanto você vê e julga. Mas o absurdamente incrível dessa história é que uma escolha sua pode ser derivada de decisões de terceiros, quartos e quintos espalhados pelo mundo, que não se sabe o por quê, têm ligação contigo, inconsciente. O resultado de uma ação, mesmo sem intenção, de um desconhecido afeta diretamente a sua vida porque estamos todos ligados através do tempo-espaço. Essa conecção misteriosa te conduz à real felicidade.

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Pai, cão e filho.

Contarei alguns casos, uns de 2008 e outro da semana passada.

Havia um personagem, menino, na série de TV, LOST, chamado Walt que conversava com bichos e pressentia coisas. Discutindo com o pai, Walt reclamou: “Você nem sabe o dia em que eu nasci!”. E o pai respondeu: “Claro que sim, foi em 28 de agosto!” Bem, 28 de agosto é o dia e mês em que nasci. Tomei um susto. O garoto era uma espécie de sensitivo. Como um epissódio de um seriado escrito há anos fala comigo HOJE de uma data que se relaciona contigo, no exato momento em que essa pessoa (eu) estava disponível em frente a TV? Isso provaria algum determinismo?

Logo depois ocorreu outra sincronicidade na mesma série: O personagem Hurley foi conversar com uma taróloga em busca de respostas. Quando ela abriu o jogo de cartas, era o mesmo jogo que eu tenho, um tarot especial, diferente dos tradicionais. Só tinha dois jogos em casa e um deles era esse.

No início de 2008, faltava 250 ou 300 reais para saldar uma dívida. O cheque que eu havia depositado iria bater sem fundos. No dia seguinte, de manhã, quando tiro o extrato, estava tudo bem, a conta zerada sem dívidas! O dinheiro que faltava surgiu do “nada”. Fui checar dias depois e era o pagamento de direitos autorais feitos naquele exato dia. Esses pagamentos podem levar até mesmo um ano para acontecer – se acontecerem. No outro dia, eu só tinha 60 reais para pagar 2 contas e depois de quitá-las, ficaria sem “nada”. Após pagá-las, decidi ir à uma casa lotérica. Reparei que os números da dupla sena eram os mesmos que eu sempre jogava: eu tinha ganho 60 reais, exatos.

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Neste final de semana, em novembro de 2012, tive que fazer uma prova em outro bairro. Ao procurar o endereço, me deparei com uma sequência de três ruas muito significativas: Coração de Maria, Getúlio e José Bonifácio, a última no bairro de Todos os Santos (obs: mesmo que por brincadeira, pensemos que não era apenas UM santo, mas TODOS juntos!).

José Bonifácio.

Como já escrevi em outras oportunidades, estudo muito a história brasileira, principalmente a partir da chegada da Família Real ao Brasil em 1808. José Bonifácio foi uma personagem histórico de fundamental importância, inclusive para a nossa Independência. Retornei a esse bairro da prova, após quase 2 décadas. Eu frequentava na própria rua Coração de Maria, ou próximo a ela, um dos núcleos da Gnose no início da década de 90. E em 1996, como já relatado neste blog, vivi uma experiência com a Nossa Senhora de Fátima em Portugal.

Coração de… Maria.

Caminhando em direção à rua, meu irmão me liga para dizer que estava em uma praçinha com a filha e que acabara de ouvir um pai chamar o filho: Gael! Esse é o nome do meu filho, recém-nascido. Parecia um ótimo sinal. E no trajeto à José Bonifácio, uma pessoa acena e se aproxima. Era um músico, que não via há tempos.

“Nem acreditei que fosse você. Eu moro nesta rua. Que coincidência! Acho que a gente não se vê há 8 anos.”

Senti que o encontro não havia sido à toa e aguardei por alguma intuição. Contei para ele que estava de volta à rua após quase duas décadas e acrescentei que havia sido pai recentemente. Contente, ele me apresenta a esposa. Começo a  sentir a intuição mais forte, quase pulsando, e após um preâmbulo sobre “coincidências” e Deus (eles disseram que são evangélicos) olho bem nos olhos dela e pergunto: “Você está grávida, não é?”

Ela se assusta um pouco, e confirma: “Há 2 meses… Como você sabe?”

“Nos reconhecemos após tanto tempo, porque estamos em sintonia e só poderia ser por causa da chegada de crianças em nossas vidas. Esse é o poder de Deus”, respondi.

É preciso convicção para dizer essas coisas, certamente. Só não acrescentei à questão, a pista do número 28, uma constante em minha vida.

2 meses de gravidez e 8 anos sem ter encontrado o “futuro” papai.

Obs: Havia me esquecido: a sala da prova era D208

Somos Especiais.

Anteontem perdi na rua, documentos, não muito importantes, mas os perdi. Não os retive conscientemente nas mãos e eles se foram. Não me senti culpado ou inconsequente, apenas percebi a falta deles e os procurei, mas não os vi mais. Se foram porque se foram, simples. Mas graças a DEUS, essa perda me alertou – mais uma vez – e me intuiu que é preciso focar. O mundo não pode e nem conseguirá me derrotar. O único responsável pela derrota sou eu.

O recado foi dado: preciso reduzir as tarefas. Não é uma questão de ter ou não prazer em fazê-las, é mais simples: administração da própria vida, para quando surgir o imponderável, que eu consiga administrá-lo, sempre sob as graças de DEUS. Cumprir nossas obrigações de peito aberto, para alcançarmos mais entendimento e completude.

O budismo nos orienta a não nos envolvermos em questões que não nos pertencem, que são alheias à nossa realidade. Isso não nos torna menos humanos, mas mantém o foco em nossas missões para que completas, possamos auxiliar a quem quer que seja, dentro de nossas possibilidades. E nunca fazendo pelos outros o que eles não fazem por si mesmos. Para minha geração, “não se envolver”  era uma atitude alienada, mas hoje espiritualmente tenho outra visão, bem diferente.

Por exemplo, eu não assisto muita TV; não escuto rádio; não sei o que está na parada de sucessos; não conheço os novos atores das novelas; não uso muita rede social na internet e não acompanho o noticiário. De certa forma, me alienei do mundo mas não perdi quase nada. DEUS nos fornece as experiências necessárias, não precisamos procurá-las: o que nos pertence virá até nós. Não se preocupe.

O que não te serve cai de podre, dá espaço a coisas boas e realizações em todas as áreas.

Minha vida hoje é muito melhor do que a de 2 anos ou de 4 anos atrás. Muitas das coisas que conquisto hoje tiveram inicio em fatos e escolhas lá atrás. Tudo é consequência de escolhas, de como você percebe e valoriza o mundo.

Mas somos especiais em um grupo de especiais.

As pessoas que têm a mesma faixa vibratória se encontram para terem experiencias conjuntas que prenunciam uma mudança coletiva externa de grande alcance.

Estou cansado não nego, do convivio com pessoas que não me acrescentam nada.
E o que faço? Peço à Consciencia Universal que me apresente as pessoas com as quais devo ter experiências fundamentais para o nosso crescimento. É o que tem ocorrido comigo há 2 anos, há apenas 2 anos.
Antes minha vida era outra, era bacana, mas diferente, hoje não me serve mais, eu tinha noção do que queria mas era “noção”… Hoje está cada vez mais claro.
As peças do jogo foram postas à frente e eu jogo.
O jogo está em andamento e as energias se adequando.
Estou focando em objetivos pontuais.

Hoje não posso mudar radicalmente algumas situações para melhor, mas mentalizo que o Universo me inspire para tomar as decisões certas e libertar nossos karmas, nos unirmos em prol do bem e do amor.

Neste dezembro de 2012 farei a faxina das faxinas de toda uma vida.

E sinto em todo o meu Ser, que o momento chegou para todos nós.

Sincronicidades de 27 de SETEMBRO a 6 de NOVEMBRO de 2012.

As sincronicidades não cessam, e te acompanham diariamente. Se eu tentasse escrever um livro de relatos sincronísticos a cada seis meses, mesmo assim eles estariam velhos em um passe de “mágica”. As sincronicidades são mais ágeis do que este teclado: elas se multiplicam em número e qualidade a cada instante. Questões de pelo menos 15 anos de minha vida estão sendo sanadas e encaminhadas em apenas um ano: 2012, o ano das resoluções.

Neste texto de hoje, por uma questão sequencial, dou continuidade ao texto anterior “Razão de Alegria”, sobre o nome do meu filho, Gael, antes dele ter encarnado a 28 de Setembro de 2012.

Desculpem-me pelo longo texto. Digito incorporado pela força do amor.

Quem leu meu livro “Mágica Vida Mágica”, deve se lembrar de que várias sincronicidades me indicaram, muito claramente, de que haveria um encontro futuro com a capital do país, Brasília. Relato várias “coincidências” muito poderosas que me conectavam à figura do Presidente Juscelino Kubitschek, fatos ocorridos entre 2006 e 2008. Em 2008, eu nunca teria imaginado que essa ligação me indicava que eu seria pai de um brasiliense em 2012. O preâmbulo ocorreu em 2009 com dois encontros fundamentais: com a mãe do meu filho em Brasília e o encontro com o médium Waldo Vieira em Foz do Iguaçu, que pouco conversou comigo, mas muito me disse.

Perto da data do meu nascimento, no dia 27 de Agosto de 2012, Waldo Vieira “recebeu” alguns artistas americanos “desencarnados” (linguagem espírita) que cantaram a canção Sealed With a Kiss. Se quiserem ler este texto daqui em diante, ao som desta canção, estejam à vontade. Sintonizem-se.

No dia do meu aniversário, 28 de Agosto de 2012, conforme texto publicado anteriormente neste blog, as sincronicidades ocorreram uma após a outra, e cada uma mais singela do que a anterior. Reproduzo uma passagem:

“À noite, em casa, um amigo médium me liga para dar os parabéns. Tava na cara, que era só um preâmbulo. Já devo ter escrito sobre esse amigo, que anos após o desencarne de minha mãe, ele a viu aqui na sala de casa, muito chateada comigo, porque eu ainda estava triste porque ela havia partido. O engraçado é que mamãe era católica (e ainda deve ser) e não acreditava em vida após a morte. O amigo me falou que já estava há um tempo querendo me transmitir algumas mensagens, mas que havia aguardado um pouco, para eu terminar um trabalho recente, e não me atrapalhar.  Era uma mensagem de mamãe (desencarnada há 6 anos). “Estou muito orgulhosa de você, meu filho. Você está fazendo a coisa certa, gosto muito de vê-lo junto ao seu irmão. Mesmo que suas decisões não sejam compreendidas, saiba que você soube ouvir e seguir o caminho certo. O tempo sanará as coisas. Tudo dará certo, já deu certo.””

No dia 27 de Setembro de 2012, no final da tarde, entreguei um trabalho à uma editora no bairro de Copacabana no Rio de Janeiro. Fomos eu e o designer do livro juntos. Os profissionais que nos atenderam, que não conhecíamos, nos disseram que jogam bola com os donos de um estúdio de gravação, onde eu havia trabalhado no mês anterior. “Mundo pequeno”, ri da situação. Como também estávamos falando de música citamos dois artistas. Descemos da editora, eu e o designer e fomos tocar uma coca-cola em um botequim do outro lado da rua. Havia uma máquina de jogo e um monitor: ambas as bandas que citamos na editora, na mesma hora, ali no bootequim.

Quando chego em casa à noite, recebo o recado que meu filho nasceria no dia seguinte de manhã, na manhã de 28 em Brasília, exatamente um mês após o meu aniversário, e menos de 20 horas após ter finalizado um longo trabalho que me consumiu durante meses. Era o fim de um ciclo dando início a outro, em oitavas mais elevadas.  Tudo sincronístico, tudo matemático.

 Até aquele momento eu não tinha certeza de que meu filho se chamaria Gael, mas no meu íntimo eu sabia que esse nome havia sido escolhido por Deus,  por causa do que foi relatado no texto “Razão de Alegria”.  E quando Gael “avisou” que encarnaria no mesmo dia 28 (leiam postagens anteriores sobre a importância deste número em minha encarnação), meu coração se encheu de amor. Tive a certeza de que a chegada de meu filho no planeta marcaria a morte do “meu” Eu anterior, algo que desejei ardentemente, e que finalmente se realizaria. Há noite, ao tentar dormir, tenso, minha cama e meu corpo tremeram sob um raio de luz que se materializou em meu quarto atingindo meu peito. O calor aumentou desproporcionalmente e a cama foi sacudida. Quando emprego os olhos espirituais, senti a presença materna desencarnada há 6 anos, ela estava feliz e me deu suporte nesse momento tão importante. “Estarei ao teu lado, meu filho”, a energia vocalizou.

Acordei muito cedo, sem ter conseguido dormir. Consegui resolver várias questões em tempo recorde para poder viajar no dia 28 de Setembro, pois meu filho não nasceria em minha cidade. Um grande amigo me ligou oferecendo ajuda e estrutura, nem precisou, mas a conecção e o carinho dele ajudaram muito. Ele se comunicou comigo por intuição, me dando forças em um momento em que eu estava praticamente sozinho. Liguei para meu irmão várias vezes, pois ele havia prometido ir em casa na manhã do dia 28, mas ele não dava notícias. Precisava avisá-lo da viagem, mas ele não atendia aos telefonemas. No aeroporto, encontro uma das famílias para quem dou aula… Estranha e improvável coincidência. Esse foi um dos primeiros recados do mundo oculto.

Na hora “H”, entrei no avião, e em meu assento, o celular tocou: uma amiga me liga chorando para me avisar que minha mãe estaria comigo no hospital. Ela confirmou o recado recebido de madrugada. Chorei muito, bastante emocionado e pouco a pouco me senti envolto por um abraço e carinho celestiais para que eu não desabasse antes da hora. Pergunto pelo celular se meu filho havia nascido: ele havia encarnado às 9h47 da manhã enquanto eu estava na fila de um banco, pagando pela passagem e hospedagem. Já no avião, que ainda não decolara do Rio de Janeiro, o celular toca mais uma vez: era meu irmão. Ele estava em um hospital, na emergência. Naquele momento, supliquei a Deus para que Ele não levasse o meu único irmão, para em troca, me dar o meu primeiro filho.

Já em Brasília, na maternidade, segurei meu filho em meus braços. Senti minha vida toda fazer sentido, ter enfim chegado o grande momento, à razão de ser e de estar neste planeta. Agradeci  a oportunidade, agradeci à mãe, que dormia, por ter-lhe dado o corpo físico. Meu bebê não abria os olhos, estava em sono profundo. Senti-o, tão leve e desprotegido, mas tão forte ao mesmo tempo. Não desabei, o que seria natural, mas senti que havia alguém comigo, alguém me amparando naquela sala… Os exames prévios haviam detectado a possibilidade dele ter nascido com rim policístico. Isso preocupava a todos. Então, ouvi uma voz ordenar: “Pouse sua mão sobre ele que vamos operá-lo” e foi o que fiz. À noite, o médico confirmou que o menino não tinha mais nada.

Gael, primeiras horas de vida.

No dia 2 de Outubro, rezei em algumas igrejas, incluindo a Catedral de Brasília, que tem uma vibração muito poderosa, e agradeci pela cura do meu filho.

Na Igreja de Dom Bosco, reparei em uma imagem que estava com um cajado. Me aproximei. O anjo do Gael é uma Virtude: categoria angelical, cuja atribuição é orientar as pessoas a respeito da sua missão e cumprimento do karma. Raphael é o Príncipe das Virtudes, auxiliador dos trabalhos de cura. Raphael deverá remediar os males da humanidade. Ele é representado por um Anjo segurando um bastão.

Bastão.

Quando estava na Praça dos Três Poderes, no dia 2, reparei em um discurso de Juscelino, estampado no monumento: era do mesmo dia, 2 de Outubro, só que de 1956. Mais “coincidências”…

2 de outubro.

No templo da Legião da Boa Vontade, vi as cartas do tarot de Brasília e as associei aos locais. Foram respostas intensas.

A Carta 1 – O Mago – O Congresso.

A Carta 5 – O Papa – A Catedral.

A Carta 12 – O Enforcado – Juscelino.

A Carta 13 – A Morte – O Mausoléu de Juscelino.

A Carta 20 – O Julgamento – A Praça dos Três Poderes.

A Carta 1 – O Mago – O Congresso.

Em seguida, ainda em Brasília, tirei o CPF do Gael e o número 28 estava lá, presente. Na saída, vi um táxi por perto, cujo número era 28.

Táxi 28.

Retornei ao Rio, na primeira semana de outubro. Um amigo de Manaus, que estava de passagem na cidade, marcou um encontro. Antes de encontrá-lo, um outro querido amigo, carioca, me liga para perguntar sobre o meu filho. Esse amigo é um médium que viu minha mãe desencarnada e que transmitira mensagens recentes dela, antes do encarne do Gael. À espera do amigo de Manaus, o amigo carioca se emociona com o nome do meu filho, que é também o nome de um filho dele: Gael. Eu não sabia… A gente se conhece há uns 15 anos, creio, e nunca imaginaríamos que a vida nos ligaria dessa forma… Ele começou a chorar ao telefone e eu contive as lágrimas do meu lado.

O amigo de Manaus chegou ao encontro, logo depois do telefonema, e me apresentou uma amiga, outra viajante cósmica. À noite, nós três, em um restaurante, vivemos uma forte experiência mediúnica. Eu e meu amigo já temos um histórico de juntos, aumentarmos o número de sincronicidades. Ao nos juntarmos à viajante cósmica, a bobina só faltou explodir.

Pouco tempo depois, meu amigo de Manaus tornou a ligar, já em Manaus, para dizer que decidira vir morar no Rio, após uma série de reflexões e intuições poderosas. Como ele tinha como fazer essa mudança em pouco tempo, por ter a estrutura necessária para isso, ele simplesmente comunicou à família e no trabalho que mudaria. O gerente da agência bancária do Rio para onde ele virá, “por acaso”, reside no mesmo prédio da amiga viajante cósmica. No mínimo, uma “coincidência” absurda. E quando ele me liga no dia 21 de outubro, para me contar essa história, começou a cair um pé d´água no Rio, logo após eu assinar uma procuração para resolver uma questão pessoal e no mesmo horário no qual uma ativação/mentalização mundial estava ocorrendo, sem que nós dois soubessemos.

Horário da ativação: 22:30 BRT outubro 21 ª (Rio de Janeiro)

Entre o final de Outubro e o início de Novembro, voltei a um supermercado perto de casa, para trocar latas de leite em pó que havia comprado para o meu filho. Próximo ao balcão com a nota fiscal em mãos, uma atendente chamou a outra: “Lindalva!”.

Esse era o nome de minha mãe. Gelei! Mamãe está de certa forma, presente, de olho em tudo o que se relaciona ao netinho.

No sábado dia 3 de Novembro, sem motivo “aparente”, cismei de ver no You Tube o diretor Martin Scorcese falando sobre o diretor brasileiro Glauber Rocha. Deveria fazer outras coisas “mais importantes”, mas não conseguia. No domingo dia 4, de manhã, conversei com um amigo sobre Glauber ao telefone. Prosseguia desatento, sem foco e desci para fazer algumas compras necessárias para casa, na verdade para minha saúde: um travesseiro ortopédico e um colchão. Minhas costas e meu braço estão me “matando” e eu sempre ocupado em pagar contas, desleixado da saúde. Decidi agir. Voltei da rua no finalzinho da tarde, liguei a TV e o computador para trabalhar. TV, hoje em dia, serve na maior parte dos casos, para não me deixar com sono, mas eu não faço muito esforço para assistir alguma coisa. Tentei, mas quando chegou a hora do Fantástico, literalmente não aguentei mais. Me perguntei: “Sou tão alienado para ver isso?”. Como a resposta foi não, mudei de canal. Futebol, nunca e segui em frente. Há coisa pior e mais máscula do que futebol na TV no domingo? Digitei o canal 82 para ver se havia algo útil no History Channel (nunca vejo a programação, me deixo guiar pelo acaso, sempre). Atenção: 82 ao contrário é 28 e esse é um canal sobre história, “sincronicidade” que rege a minha vida.

Digitei 82 errado e “sem querer”, caí no canal 8, TV Senado (de Brasília) em que estava sendo exibido um documentário sobre Glauber Rocha. “Pressinto a morte como Castro Alves”; “Tenho medo de ficar triste como gado berrando sob o sol” (Antonio das Mortes); “Estou no começo da vida mas não sei se resisto”, ouvi.  Para mim, era a própria morte do “meu EU” anterior.

Fui “tentar” dormir na segunda dia 5 de Novembro, e fiquei horas rolando na cama. Ao conseguir, quase dormir fui transportado através de um sonho onírico: estava sentado em um banco de pedra, em forma de trono, que existe mesmo, no qual costumo meditar, na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro. Não estava propriamente dormindo, pois me sentia consciente, entre acordado e sonolento. Esse banco havia se transmutado em um trono de ouro puro, muito brilhante que emitia a energia de um imã poderoso. O trono resplandecia com fortes raios de luz dourada à beira da Lagoa, que deixavam meu corpo refletindo o dourado de uma coloração muito mais real do que seria em nosso plano. Foi uma visão linda. Os 4 elementos da natureza comungaram ao pés da Lagoa, ainda envolta pela escuridão da madrugada. Ao virar o rosto à esquerda, vi, mais acelerado do que o usual, entre as montanhas, o sol nascer majestoso, com raios expelidos de sua auréola. Então, ao virar o rosto para a frente, o número oito, surgiu pairando em pleno ar. Um raio elétrico, azul, corria pelas suas curvas. Quando as duas eletricidades vivas se encontravam no centro do 8, a luz faiscava, como uma solda elétrica, em forma de explosão em um amarelo vivaz.

Na verdade, o número era uma lemniscata: o “oito deitado”, o símbolo do infinito. Adotada por diversas linhas espirituais, ela simboliza, para os rosa-cruzes, a evolução quando observada de dois lados: o fisico e o espiritual. Um dos anéis de lemniscata é a jornada do nascimento à morte, o outro da morte ao novo nascimento. O ponto central é considerado o portal entre os dois mundos.

O oito refulgente começou a girar em seu eixo central até se tornar um círculo de fogo, de luz e ouro.

Acordei com uma sensação indescritível.

 

A cada novo mês, me desconecto mais de quem fui há 50 anos, a minha idade física atual na Terra. Meu corpo está sendo transmutado para uma nova realidade na qual o personagem, a persona anterior não tem mais função. É um processo bastante conhecido, mas pouco vivido, e bastante lido em textos dos livros iniciáticos. Nossos corpos estão sendo preparados para assumirmos novas missões que prosseguirão com amor em 2013.

Desfrute dessa oportunidade de transmutação.

 

Abro meu coração e vida para os leitores sem receio de julgamentos (Carta 8). Descarregue o peso extra que curva seus ombros e abra-se ao jogo da vida, compreenda o andamento das peças, e encontre a plena liberdade com a consciência plena.

Dê chance às sincronicidades, permita que elas se comuniquem contigo. Elas serão a Tua voz interna em comunhão com o Teu Eu, não com o Eu do Ego, mas através do Eu da Consciência Plena e assim Você Será somente e apenas UM, em estado de comunhão, uno com o universo.

RAZÃO DE ALEGRIA

Provavelmente o nome do meu primeiro filho, que nascerá daqui a algumas semanas será GAEL, um nome escolhido pela mãe, que significa “razão de alegria“ e segundo pesquisa na internet, Pégasus, o cavalo alado.

Desconfio da data em que o menino nascerá, mas creio ser mais um desejo do que uma profecia. Mas talvez a data mais importante não seja o dia e o mês do nascimento, mas o ano: 2012, tempo de profundas transformações, urgentes e radicais.

 A encarnação desta criança ratifica uma profunda transformação que vem ocorrendo há anos, décadas. Como o nosso tempo não é o tempo do universo, pretensamente achamos que certos fatos se desencadeiam  de forma muito lenta. Mas o que são os nossos desejos em relação a supernovas e galáxias?  No dia que conheci a mãe da criança soube, no mesmo segundo, que ela seria a mãe de nosso filho, assim como foi evidente que ele deveria encarnar em 2012. Era evidente que a sua encarnação não poderia ser protelada e que fomos escolhidos para sermos “os pais” do pequenino GAEL.

 E quem nos ajuda quando tudo parece estar a nosso favor ou contra nós?

 A sincronicidade em nome de Deus.

Na semana anterior, participei de uma leitura de tarô esclarecedora e reconfortadora.

Ficou claro que a energia renovadora de 2012 é fruto de uma mudança planetária, geracional: a mudança das mudanças. A desconstrução desse mundo velho, pré-2012, nos diz que antes havia paz e que agora há caos, mas há ordem e resolução em 2012; a impressão até pode nos dizer que tudo ocorre à toa, mas cada pequeno detalhe, ou “acaso”, ou “coincidência” é planejado; o racional nos diz que está errado, mas tudo está… CERTO.

 Desde ontem à noite vários sinais se pronunciaram.

 Procurei uma fita de vídeo entre dezenas (sim, eu tenho muitas desde os anos 80) amontoadas em gavetas e gavetas, caixas e caixas. As fitas atravessaram os anos 80, 90 e cruzaram o milênio até hoje, 2012. Quando as vi amontoadas do lado de fora, pensei por que deveria guardá-las de volta, se após tantos anos, eu prosseguia sem assisti-las. Lembrei de um fato ocorrido há apenas um dia: perdi quase uma hora ao procurar um simples objeto na sala e após todo esse tempo não o encontrei. Quando há coisas demais no caminho, que nem uma simples organização consegue dar jeito, é porque é chegada a hora de simplificar: olhei para as fitas de vídeo e selecionei 1/10 para guardar. Joguei fora a maioria sem pensar duas vezes. O ambiente ficou mais leve, mas essa leveza precisa estar unida à compreensão de como nos desapegamos do peso extra, com ou sem sentimento de culpa, com ou sem mágoas. De coração, gostaria que GAEL encarnasse sem “peso espiritual desnecessário”.

 Após dispensar as fitas de vídeo, desci para dar uma volta na rua de manhã, e deixei que o destino me guiasse. Olhei para o relógio na rua: 28 graus a 11:31 da manhã. 28, o dia em que nasci e 31, o dia do meu irmão. Dobrei na rua à direita: uma arte pintada na parede de um prédio exibia um número 28.

Segui adiante, e intuí que deveria permanecer durante algum tempo em uma praça perto de casa, na qual eu havia feito um ritual há dois dias. Sentei no banco e olhei para o monumento à frente, em forma de embarcação. Havia várias crianças no local, que brincavam no outro lado da praça. Muito jovem, eu tinha receio de subir nesse monumento. Me lembro que eu o achava muito, muito alto para escalar. Hoje, adulto, está longe de ser um desafio. Há dois dias, na praça deserta, subi na proa da embarcação esculpida no monumento, e de pé, proclamei com todo o coração, olhando à frente:

 

“Nesta embarcação, que conheço desde criança, olho em direção ao futuro, estando aqui e agora no presente. Deixo o passado para trás, encarnado neste mundo, e proclamo em alto e bom som que sou eu o comandante do meu destino, o capitão e o responsável pela embarcação de minha própria nau chamada vida. Sendo assim, nada pode me afetar. Que as ondas nunca derrubem a minha sustentação e  equilíbrio em mar bravio. A compreensão do antes e do depois me dá segurança e me protege em nome da sincronicidade e de Deus.”

 Assim que lembrei desse ritual, feito sem planejamento, como que brotado do nada, ouço uma menina chamar uma criança, bem novinha: GAEL!

 Virei o rosto em  sua direção e meus olhos marejaram. As crianças seguiram em direção ao monumento, bem à frente  e o escalaram, sentando-se em tudo quanto era lugar vago. GAEL ficou de pé na mesma posição em que fiz meu ritual há dois dias. Nenhuma criança das várias que lá estavam, ficou em pé no mesmo local ou olhou à frente, daquele mesmo ponto. Uma sensação de reencontro tomou conta de mim, como se estivesse ouvindo a voz de Deus: “Receba teu filho e renasça!”.

 

Rezei pelo GAEL encarnado que tanto me emocionou, rezei pelas famílias de todas as crianças na praça, no mundo, rezei pelo “meu” GAEL em vias de encarnar, rezei pela mãe e pela família,  e agradeci muito muito muito às sincronicidades e a Deus, que tudo sabe, que tudo vê.

Seja bem-vindo meu amado filho “razão de alegria”.

ÁGUA BENTA

Ontem fui dormir na casa de um casal amigo. Passei uma noite agradável com Clarinha, a amada filhinha deles. Durante nossas brincadeiras, ela me perguntou se eu queria brincar de “águinha”. Disse que sim e ela espargiu o conteúdo de uma vasilhame de plástico sobre mim, no rosto, e nos meus cabelos . “Você vai tomar banho de águinha, tio Tarlos!”, ela disse com T mesmo. Feliz, a menina não parava de gargalhar.

Os pais pediram a ela, um intervalo das brincadeiras para que pudéssemos jantar. Sozinho, olhei para o quarto de brincar, todo enfeitado, e cercado de bonecos, brinquedos e um armário todo incrementado, me senti irmanado, em um ambiente puro, de criança. Era onde eu dormiria. Estava escrito no travesseiro: “Eu acredito em fadas.”

Quando o pai de Clarinha entrou no quarto, me perguntou que água era aquela que ela havia usado para me molhar. Eu apontei o vasilhame e ele me falou:

“Você não vai acreditar, mas essa é a água benta que compramos na missa de sétimo dia de sua mãe há 6 anos!”

Clarinha e a água benta

Adendo: Agora mesmo, zapeando, decidi parar na TV Cultura. Como está sendo exibido um filme brasileiro, preto e branco, dos anos 50, dei numa conferida. A história se passa no Rio de Janeiro e um dos personagens acabou de falar, em menos de 5 minutos de exibição: “Amanhã, às 3 da tarde no Jardim de Alá!”. Eu moro ao lado do local. O que acontecerá? Até mesmo pela curiosidade, vou checar que informação sincronística é essa!

Aniversário, Elis Regina e mensagens maternas.

A dança de Shiva simboliza o renascimento do Universo e sua própria destruição.

Fiz meio século de vida. Essa foi a minha dança. “Cinco ponto zero” para ser mais carinhoso com a idade “quase” avançada. Parece exagero, mas eu nunca imaginei completar cinquentinha. Ganhei mais cabelos brancos, mais flacidez e talvez, mais humanidade. Ou quase isso… Não houve festa ou comemoração. O momento é, digamos, diferenciado. 2012 tem sido um ano surpreendente, inimaginável. Há meses sinto que nada nessa vida faz sentido, a não ser o amor. O resto é simplesmente o resto e não tem muita importância. O que quero dizer é que precisamos trabalhar, possuir nossos vínculos sociais, nos divertir, pensar, tudo faz parte da vida, mas a sensação é que vivo em um estado de sonambulismo, inadequação, desespero, urgência, desinteresse, vazio e espera. É como uma tristeza serena de quem sabe que não adianta domar o mundo, controlar o universo. Nos basta seguir o fluxo e fazer a vontade Dele, apenas isso. Seria essa percepção, a morte do EGO? Estaríamos caminhando ou já vivendo o prenúncio do novo mundo que se avizinha, sem EGO e karma? Parecemos “esvaziados”, como parte de um propósito, que nos aproxima desse limiar, de um precipício que antecede um salto mortal no escuro do qual não há mais salto para dar. O que está acontecendo? Não somos os mesmos, parece que nunca fomos. E essa mudança não ocorreu de maneira sutil ou gradual. Foi e tem sido uma experiência radical, paranormal. Nossos Eus foram como que sugados, arrancados e estamos aprendendo a viver entre sobressaltos; aprendemos a não mais conduzir a montaria, mas deixar que ela nos conduza.

Esse aniversário talvez tenha sido o momento mais solitário da minha vida e paralelamente, o momento no qual atingi a plenitude consciencial. Vivo esse divisor de águas sob vários aspectos: pessoal, profissional, espiritual. E não é uma “crise”, por assim dizer, como outra qualquer. Essa parece ser A crise das crises. Ao ouvir relatos de amigos mais próximos, que também vivem esses desafios íntimos , percebo o processo como coletivo.

Esse foi o preâmbulo. De agora em diante, inicio a descrição desse “hard day´s night” como cantaram os Beatles, ou de um “unforgatable day´s night”: o diário de um aniversário diferente.

Hoje estou mais relapso, mas por mais de uma década, pratiquei o ritual de acordar na hora do meu anjo, Hekamiah, para me comunicar com ele. Para estreitar esse laço, para encurtar o caminho entre terra e céu, concentra-se nos salmos da Bíblia, que se conectam ao seu anjo, e na hora determinada, no meu caso, de 5 às 5 e 20 da madrugada, medita-se.

Nasci de madrugada, um pouco depois de uma da manhã. Estava trabalhando, perto dessa hora. Olhei o relógio, e percebi que já era quase chegada a hora. Larguei tudo, desliguei o computador, a TV, e apaguei a luz para meditar. Me deitei e me concentrei no instante do meu nascimento, no momento da vinda à Terra, em como deixei o corpo de minha mãe para me perceber em outro ambiente, claro e desprotegido, assustador. Senti meu corpo tremer e um tubo de energia, vindo do alto, me acalentou. Senti minha visão nublar e meu corpo sacudir levemente. Não foi uma sensação desagradável, apenas diferente, como se daqui a algumas horas, com o sol nascendo, eu também conhecesse o mundo pela primeira vez.

“O mundo pela primeira vez”, refleti. Que loucura! “Como será reviver no mundo aos 50 anos?”.

Ao acordar, por volta de 7 da manhã, recebi os primeiros parabéns e também energias contrastiadoras, de quem não estava sintonizado comigo. Não há necessariamente nem mal nem bem em quem não está na mesma sintonia que você, não há certo, nem errado neste mundo. Há escolhas, percepções diferenciadas, pontos de vista que moldam seu comportamento; medos enraizados que conduzem a caminhos, desafios, certezas absolutas que se desfazem ao vento ou que perduram teimosamente. Respirei fundo, meditei e projetei a chama violeta sobre todos, para os presentes, ausentes, chegados, distantes, próximos e afastados. A campainha tocou. Era um mestre de obras amigo. Ao sair de casa, ele teve uma leve tonteira. Perguntei o que estava havendo. Fiquei preocupado. Ele se virou em minha direção, com o semblante estranho, colocou a mão em meu ombro e me transmitiu uma mensagem: “Tudo vai se acertar”, ele disse, como se soubesse mais do que aparentava. “Você fez a coisa certa, nada tema!”. Em seguida, como que saído do transe, ele ergueu a cabeça, sorriu e se dirigiu à porta. “Foi uma mensagem?”, perguntei. Ele confirmou com um sorriso.

Em seguida, um entregador me trouxe um livro enviado por um amigo queridíssimo, pai de uma menina linda e esposo de uma verdadeira dama. “Um Novo Mundo – O Despertar de uma Nova Consciência” de Eckhart Tolle.

Na hora do almoço, deveria me encontrar com meu irmão no centro da cidade. Apesar de feliz em vê-lo, fui com o coração pesado, e a cabeça distante. Já na rua, um dos amigos, daqueles que vivem a inadequação, me ligou para contar algumas percepções do que ele estava passando. Tudo fazia sentido. Parecia que o mundo caminhava para um lado, com todos bem “coerentes”, conectados com o ambiente, e nós “fora” de sintonia. O que ele me contou, conferia: as pessoas, o mundo parecia um filme velho, repetido pela enésima vez e que o nosso “sofrimento” era fruto da percepção de que “estamos marcando touca” (alguém ainda usa esse termo?). Sabemos que temos que mudar, mas por ainda estarmos presos a compromissos e principalmente a receios (falta de dinheiro e falta de amor, no topo do ranking), deixamos de nos dar a grande chance, que urge dentro de nós.

Há uma dúvida constante: erramos ou acertamos mais por ansiedade, por antecipação ou por uma excessiva demora em mudar esse quadro?

Depois do almoço, fui a um compromisso no centro da cidade. Fui recebido pela dupla Sérgio e André com 3 pequenos bolinhos e uma velinha de 5 anos para comemorar meu aniversário. Essas pessoas, não tinham obrigação, nem necessidade de fazer o que fizeram, mas fizeram para demonstrar afeição. Eles me “pagaram” na mesma moeda, a mesma que sempre dei a eles: conversa rica, respeito e consideração.

Parabéns pra Você!

Na mesa ao lado, tocou o telefone. Um dos funcionários que fez a festinha para mim, atendeu e me olhou sorrindo. “A pessoa quer saber a quem se deve pagar o direito autoral de uma música psicografada! Ao morto ou ao médium?!”.

André e Sérgio

“Esse aniversário não será igual aos outros”, concluí.

Como Nossos Pais – e Mães.

Depois fui rever a exposição da Elis Regina no Centro Cultural Banco do Brasil. Amo a Pimentinha. Ela é capaz de despertar sentimentos profundos em mim: quando ela sorri, com as gengivas de fora, me encho de alegria esfuziante e quando ela canta suas dores e se deprime, eu caio junto. É como um mestre dos bonecos conduzindo a sua marionete. O que ela faz, gravado em fita e vídeo se conecta à minha alma, como se não houvesse passado ou amanhã, somente o agora. E o agora é real. Então, Elis vive. Me emociono ao vê-la quase tropeçando com Hermeto Pascoal, improvisando em Montreux ou na “Canção do Sal” de Milton Nascimento; danço e reflito com “Me Deixa em Paz”; tremo ao vê-la trincar os dentes e arregalar os olhos pondo a alma para fora em “Como Nossos Pais”. Na última sala da exposição sobre Elis, há vários computadores com fones de ouvido para nos deliciarmos com todo o seu repertório. Para começar, ouvi “Comunicação”, uma de minhas preferidas.

“Só tomava chá
Quase que forçado vou tomar café
Ligo o aparelho vejo o Rei Pelé
Vamos então repetir o gol.”

Com os fones, comecei a cantar, sem perceber. Achei que era mímica, mas estava emitindo notas. Com gentileza, a atendente me pediu para não cantar. Sorri, agradecido, enternecido. Sem combinar nada, Sérgio e André apareceram e nos “Elisamos” ainda mais.

À noite, em casa, um amigo médium me liga para dar os parabéns. Tava na cara, que era só um preâmbulo, que tinha coisa aí. Já devo ter escrito sobre esse amigo, que anos após o desencarne de minha mãe, ele a viu aqui na sala de casa, muito chateada comigo, porque eu ainda estava triste porque ela havia partido. O engraçado é que mamãe era católica (e ainda deve ser) e não acreditava em vida após a morte. O amigo me falou que já estava há um tempo querendo me transmitir algumas mensagens, mas que havia aguardado um pouco, para eu terminar um trabalho recente, e não me atrapalhar.

Era uma mensagem de mamãe.

“Estou muito orgulhosa de você, meu filho. Você está fazendo a coisa certa, gosto muito de vê-lo junto ao seu irmão. Mesmo que suas decisões não sejam compreendidas, saiba que você soube ouvir e seguir o caminho certo. O tempo sanará as coisas. Tudo dará certo, já deu certo.”

Mamãe não era mole, para ela me dizer isso é porque a situação não está tão feia.

Um pouco após a meia noite, outra amiga, também médium, me passou mais uma mensagem: “Sorria, seja feliz. O resto é consequência.” Perguntei de quem era. “Tenho sonhado com sua mãe nos últimos dois dias.” E minha amiga – e não minha mãe – completou: “Tudo me leva a crer que hoje é um dia muito especial para você. Um divisor de águas.”

E começou a chover. Uma chuva suave, serena, apaziguadora.

Mamãe, eu com 5 meses e vovó

Apesar de não ter tido uma festa formal, com bolo, risos, abraços e álcool, recebi um abraço do destino, um abraço do além, recebi congratulações de quem mais amei e continuo amando. Reaprendo a cada dia, que é preciso deixá-la partir, mas que ela também se preocupa comigo, me olha e protege, esteja onde ela estiver.

Esse aniversário referenda uma nova fase e se esse momento chegou para mim, deve ter chegado para todos, leitores, amigos e desconhecidos. Basta saber ouvir e seguir o seu coração, sem seguir ninguém, sem seguir o lugar comum, sem julgar. Não devemos ser cegos que seguem cegos.

 Renasci.

“As pessoas parece que primam pela necessidade do círculo do elefantinho. Com a tromba, um segura o rabo do que está na frente e assim por diante, até fechar o circulozinho de elefantinhos.”

Elis Regina. Programa Jogo da Verdade. TV Cultura. 1982.

A LUA e o CRISTO de 2 de agosto

 

Ontem, dia 2 de agosto foi um dia, especialmente “diferente”. Já sou uma pessoa muito sensível mas ontem, foi “além”. Over. Como uma lua cheia prenunciava tomar o céu de assalto, os fatos misteriosos e sincronísticos começaram a tomar forma logo de manhã. Bem cedo, uma brincadeira feita comigo, me deixou muito angustiado. Senti meu coração correr aceleradamente. Incapaz de mudar o destino, me percebi engessado e ao mesmo tempo resignado. A sensação foi ainda mais virótica porque não tenho com quem conversar ou dividir esses sentimentos, por isso os compartilho com os leitores, para que se sintam, talvez em suas solidões, que estamos todos  irmanados. E que sempre há solução.

Estou envolvido em um projeto, no qual trabalho diariamente, saindo de casa às 8 da manhã e chegando entre meia noite e uma da manhã em casa. Por acaso, ontem foi o primeiro dia em que “descansei”. Estava exausto, a cabeça tonta, sem pensar direito e o coração acelerado.

A sessão de sincronicidades começou cedo: um rapaz, fiscal do metrô, veio em casa às 9 da manhã, e falou sobre “coincidências” e autoajuda. Ele era do sul e estava há uma semana no Rio. O presenteei com meu livro sobre sincronicidades. Ele o abriu aleatoriamente, e sorrindo me mostrou a página: “Sincronicidade do Destino”.

O telefone tocou: era um amigo de Manaus, que precisava me transmitir uma mensagem espiritual. Recebi o comunicado com o coração palpitando, mas ciente de que aquela mensagem àquela hora não poderia ser à toa. “A hora chegou”, ele disse.

Logo depois, um outro amigo querido me escreveu para me avisar que há dias, pensava em mim e que precisava falar comigo para me passar outras mensagens e percepções. Mas me adiantou algo: “que dar felicidade às pessoas era o plano cósmico”. Respirei fundo.

No começo da tarde do dia 2, eu deveria participar de uma filmagem com uma equipe do sul do país (lembrem do friscal do metrô, também do sul). Como era para voltar à rua do meu antigo colégio – já demolido – lá fomos nós, com a equipe de filmagem. Não compraram uma garrafinha de água, porque acharam caro: o preço era 2,28. Eu nasci no dia 28 de agosto. Entramos na rua para filmar. O Cristo Redentor, bem lá em cima, estava lindo, sob um belo céu. Ele é lindo demais. Entramos na rua do colégio, e logo de cara vi uma casa de número 28. Mais vinte e oitos.

 

Cristo Redentor

Cristo Redentor (Photo credit: Thiago Trajano)

 

Percebi a rua com um carinho que nunca havia sentido antes. Eu ia para o colégio todos os dias, há 30 anos e nem percebia a beleza a minha volta porque eu sempre ia chateado. Eu não percebia a beleza que havia na rua, nas casas, nas árvores, no céu, no ar… eu não via a beleza do mundo. Hoje meus olhos e alma percebem tudo diferentemente, a sensibilidade aumentou, e a percepção.

Rua.

Lua.

Ao filmar, a diretora de fotografia viu um livro semiencoberto em uma bancada em frente à uma antiga loja. Para não entrar em pormenores, posso dizer que o título do livro encoberto era o mesmo nome do filme. Todos ficaram estupefatos. No final da filmagem, já a noite, debaixo de uma gigantesca lua cheia, mais “coincidências” sucederam-se.

Ao chegar em casa, com o dever cumprido, tudo já cheirava a passado. O que havia antes, um dia antes, havia se desfeito. Não havia traços ou vestígios do dia anterior. A energia mudara, transmutara radicalmente. Era tão visível, perceptível que me espantava que todos não vissem. Ainda me sentia angustiado, com o corpo energizado, peito palpitando. Coloquei meu destino e vida nas mãos de Deus. Assumi que não tenho mais força e capacidade para lutar, para me conduzir, e me doei. Entreguei-me ao destino. A sincronicidade não só aponta, como conduz os caminhos. Confio neles.

O mundo não nos pertence. Estou nele, faço parte, mas não sou ele. Podemos ser mais, menos, demais, de menos. Sou apenas um filete de água no fluxo do rio caudaloso e vivo, bruto e singelo, forte e sereno. Ondas de energia, marolas de consciência. A sensação que tenho de dissolução é gigantesca. Mas não posso mais me deixar abater: doei minha vida à sincronicidade. Que ela conduza meus caminhos submetidos à vontade do Criador e do Universo. A nave mãe não virá nos buscar, pois nós somos as suas extensões, somos ela. Se conseguiremos, ou não, estar na nave, depende de nós. Entre levantar e cair, vivemos. Entre amar, amar e amar, vivo.

 

Deutsch: Christus Erlöser in Rio de Janeiro Po...

Deutsch: Christus Erlöser in Rio de Janeiro Português: Cristo Redentor do Rio de Janeiro (Photo credit: Wikipedia)

 

Renasci mais uma vez, fiz aniversário antecipado em dia 2 de agosto, recebi presentes do Cosmos e ele me acarinhou. “Confie!” Pelo visto, datas não valem mais nada, mas números sim.

Sincronicidades sempre.