CosMos – Unindo Ciência e Espiritualidade para um novo entendimento do universo e de nós mesmos. Ervin Laszlo e Jude Currivan – 208 páginas – Cultrix.
“A ciência sem a religião é aleijada e a religião sem a ciência é cega.”
“Deus sempre escolhe o caminho mais simples.”
“Todas as religiões, artes e ciências são ramos da mesma árvore.”
Albert Einstein.
Nos tempos antigos, muitas informações, que hoje são dadas de bandeja eram conseguidas a muito custo. Isso sem falar na compreensão das mesmas, algo bem mais sutil e complexo do que parece. O filósofo, futurista e cientista sistêmico, autor de mais de 80 livros, Ervin Laszlo (indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz), juntamente com a cosmóloga, agente de cura e mística, Jude Currivan, explicam em CosMos, que o propósito do ser humano é ser cocriador consciente do próprio futuro. As pessoas podem e estão literalmente mudando a face da Terra, e a consciência humana está se expandindo à medida que os antigos paradigmas já dão lugar a novos conceitos. Todas as “crises” atuais são resultado da percepção humana limitada. Este livro nos mostra que caminhos para uma nova civilização, em harmonia com a Terra e com o todo, já estão abertos. O que chamamos de “realidade” e o Cosmos estão totalmente integrados.
Graças à descoberta da não localidade das entidades quânticas – a natureza entrelaçada das partículas gêmeas – sabemos hoje que o universo é, inerentemente, uma totalidade. Basicamente é como se uma partícula, que tivesse uma irmã gêmea, repetissem os mesmos movimentos, mesmo à distância. Isso prova que ações e pensamentos, por exemplo, interagem e afetam a realidade. Na biologia, há cada vez mais evidências, de que o “molde” informacional de um organismo é uma parte dele que é tão real quanto as suas células, coração ou membros. E que todos os organismos – inclusive nós mesmos – são “sistemas quânticos macroscópicos” que não podem ser reduzidos à soma de suas partes. Em 2005, moléculas orgânicas complexas foram entrelaçadas com sucesso, mostrando que, em teoria, não há limite de escala para tais estados entrelaçados. As evidências mostram que os sistemas “naturais”, como os padrões meteorológicos são holográficos, mas que organismos biológicos, ecossistemas e os fenômenos “feitos pelo homem” (sistemas econômicos inclusive) e até a web, estão todos interligados. A teoria mais recente afirma que o nosso universo, foi informado no seu nascimento por um universo anterior, tornando-se assim, progressivamente mais bem informado, o que confirma a visão dos sábios védicos da Índia. Passado, presente e futuro: uma mesma realidade.
Dados e informações medem e descrevem o passado, enquanto o conhecimento que surge de tal percepção nos permite avaliar o presente e forma um degrau, ou trampolim para percebermos as possibilidades do nosso futuro. Entretanto, em nossa época de computadores, somos ensinados a conceber a informação de uma maneira limitada, em forma de símbolos, números ou da sintaxe formal da linguagem verbal e escrita.
Nosso uso comum da palavra informação descreve essencialmente dados “brutos”, sem contexto ou significado. Porém, no sentido científico emergente, a informação é muito mais do que isso – ela é a natureza fundamental da realidade. Tudo o que chamamos de realidade “física” é, em última instância, ordenado de maneira harmônica e holográfica. Sendo assim, não há como nos excluir da natureza holográfica e coerente do universo.
A medição do Q.I. humano, que reflete nossa capacidade intelectual, não muda significativamente desde a infância. Em 1996, o psicólogo Daniel Goleman descobriu que o sucesso na vida prece depender menos do Q.I. e mais de nossa capacidade para desenvolver e lidar com nossa inteligência emocional, ou seja: o nosso coração. Os nossos pensamentos, emoções e ações e suas consequências sobre as outras pessoas.
Estamos despertando para a compreensão de que somos parte integral do mundo-totalidade. O que chamamos de realidade é mediado por relações, assim como os princípios da natureza. A dança das experiências humanas é compartilhadas por miríades de polaridades, cuja interação entre luz e sombra dá origem às nossas percepções e as reflete. O que percebemos como mundo “físico” é incompleto.
Há mais de dois mil anos, Buda descreveu o Cosmos como uma teia de fios dourados unindo miríades de joias multifacetadas, cada uma delas refletindo a luz de múltiplas nuances de todas as outras. Sua bela e simbólica visão está sendo comprovada pela ciência moderna, nos mais longínquos estudos sobre a consciência.
Jude e Ervin explicam essa nova visão de como o ser humano pode se relacionar com o mundo, como um ser criador e consciente. Tudo isso, embasado pelas mais recentes pesquisas científicas nos campos da física e da cosmologia.
Uma das últimas partes do livro, a que se refere à felicidade, mostra, a partir de estudos sociais, que os passos para alcançar essa meta são simples: se desligar do dinheiro e do materialismo, desenvolver boas habilidades sociais, buscar objetivos significativos e ter prazer no que se faz, desfrutar as pequenas coisas da vida, manter-se ativo, equilibrar trabalho e lazer, atuar como voluntário em ajudar as pessoas e manter o senso de humor.
E quando a ciência, tão complexa, comprova a simplicidade de ensinamentos simples, todos ficam felizes, inclusive o nosso querido Einstein.