MEU ENCONTRO COM A VIRGEM DE FÁTIMA NA COVA DA IRIA.

O Natal, comemorado em 25 de Dezembro, é a data do nascimento de Jesus, o Cristo.

Para os que assistiram ao filme Zeitgeist, 25 de Dezembro era a mesma data de celebração ao nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno. Segundo vários estudiosos, a data foi adaptada pela Igreja Católica no terceiro século D.C., para comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré com o objetivo de converter os pagãos, durante o Império Romano.

O que pensar? Teria Jesus existido? Sua mãe, Maria realmente existiu? São respostas difíceis de dar, ainda mais porque se apoiam no relato de um livro considerado sagrado.

A cada um cabe a decisão baseada no tamanho de sua fé e de sua crença.

Pelo método científico, o mais aceito pelos ateus, cartesianos ou descrentes, só há um jeito: a necessidade de comprovação.

No plano espiritual, certamente as provas são mais lúdicas do que as factíveis comprovações documentadas em laboratório.

Esse depoimento que dou agora, é consequência do Natal, é claro mas também de uma mudança radical em minha vida.

Há pelo menos 25 anos vivencio fenômenos espirituais: já incorporei, presenciei poltergeists e minha mãe desencarnada já se comunicou comigo.

Há o momento de deixar o mundo espiritual ser uma realidade em sua vida e não ser apenas uma teoria. Há o momento de se calar, e o de aguardar o momento certo para falar, para se declarar.

Hoje falo de coração aberto: tive um encontro com a Virgem de Fátima há 15 anos.

Esta história está relatada no meu livro Mágica Vida Mágica. Abaixo faço um possível resumo do encontro, ocorrido em Leiria, Portugal em 1996 e incluo um mapa que mostra o caminho que segui (uma via-sacra) até o encontro com a Virgem.

 

“Estava em um hotel no centro de Lisboa em 1996. Havia ido a Portugal sem dinheiro, na verdade com dinheiro emprestado e naquela época enfrentava muitos problemas pessoais. As coisas que deveriam ser fáceis, se tornavam mais e mais difíceis graças a um conflito de energias, uma batalha real entre o novo e o velho, entre o bem e o mal. Quando comecei a pegar no sono, já de madrugada, ouvi uma voz que sussurrava no meu ouvido: “Fátima, Fátima…”. Como nunca conheci uma moça chamada Fátima, não entendi absolutamente nada e passei a me virar na cama, sem posição. Por volta das 4 da manhã, entendi que Fátima era uma outra cidade em Portugal, na qual no início do século XX, a Virgem havia aparecido para três crianças. Essa conclusão me apavorou, mas eu precisava fazer algo, ter um ato de coragem e determinação. A minha alma já sabia que só havia uma decisão a ser tomada.

Foi difícil levantar-me de madrugada, para tomar o caminho da rua, mas eu não poderia, em hipótese nenhuma, não ter tentado. Eu me puniria, talvez por toda a vida, se não tivesse me arriscado. Sem saber como chegar à Fátima desci na penumbra e perguntei para as poucas pessoas que encontrei na rua, sob o céu madrugador, que direção seguir. Um barbudo me ofereceu drogas ao invés de informação.

Cheguei ofegante, na maior correria, em uma estação de trens na hora em que o comboio estava prestes a sair. No trem, “puxei conversa” com uma senhora de óculos, que sentara ao meu lado, a respeito da estação de Fátima, onde descer, etc. Ela seguiu comigo até a metade do caminho, exatamente até uma baldeação para que eu pegasse um ônibus e prosseguisse em meu caminho. Antes de se despedir, ela me mostrou uma foto. “É do Brasil”, ela falou. “Do Brasil? O país é um pouco grande…”, pensei. Da sua bolsa, surgiu uma foto acobreada que para o meu espanto, exibia exatamente a minha casa, antes mesmo de ser construída. Sem haver me refeito do susto, olhei a imagem com atenção e vi que não existiam os edifícios que conheço.

— Esta é a última foto que meu irmão enviou do Brasil, ela explicou com tristeza e uma reticente esperança.

Não consegui lhe dizer que era exatamente ali onde eu morava. Era coincidência demais. Até eu mesmo fiquei horrorizado. Lhe prometi que tentaria localizar o endereço e anotei o seu endereço, que coloquei em uma mala que se extraviou na viagem de volta ao Rio de Janeiro. Pelo visto, não era para manter mais contato mesmo.

Assim que cheguei em Fátima, meu coração batia muito forte, entre feliz e assustado, mas convicto de que eu havia feito a coisa certa. Segui em frente com passos firmes. De longe, vi a cruz e a torre sineira e me senti diferente, anestesiado. Segui adiante, enquanto observava os peregrinos e os pagadores de promessas de joelhos, de costas para o mundo, em direção à Virgem. Emocionado, vi a árvore, a Azinheira Grande, sob a qual os pastores receberam as mensagens da Virgem.

Me aproximei da Capelinha das Aparições. Sentei para meditar sob o alpendre, enquanto se desenrolava uma missa. Depois de uma boa meia hora, levantei e segui até a Basílica onde sentei em um dos últimos bancos, sem conter as lágrimas de felicidade. Como algumas pessoas se incomodaram com o meu soluçar, deixei o templo. Me afastei da área dominada pela colunata e intuído por uma estranha curiosidade com jeito e cara de ordem, segui por uma rua à esquerda até um acesso a uma subida.

Percorri uma via-sacra (número 11 do mapa), que seguia até o alto, com os meus passos marcados por 15 capelinhas. Uma imagem de Nossa Senhora com os braços estendidos me acolheu ao final da caminhada (números 16 e 17). Agradeci e me sentei à sua frente, de costas para ela, para olhar a paisagem. Lá do alto, a cidade exibia suas muitas casas recobertas com o mesmo teto avermelhado sob a imensidão do céu azul. Refleti sobre os prós e contras daquela viagem, da minha vida que parecia sem sentido. Pedi uma resposta do fundo do coração, pois eu não tinha mais forças para lutar, estava cansado e desanimado. Alguns turistas japoneses e um vigilante deram as caras, mas não permaneceram durante muito tempo no local.

Repentinamente, se fez um estranho silêncio, pois não havia mais ninguém no alto do morro. Todos haviam se evaporado. Após alguns minutos, uma sutil mudança no ar tomou conta do ambiente. Sem esboçar qualquer reação, notei que a brisa e os sons haviam cessado. As folhas das árvores não me acenavam mais e nenhuma nuvem se movia no céu. Tentei falar e virar meu rosto, mas não consegui: estava com todos os músculos paralisados. O mundo emudecera, estacionara congelado e eu era a única testemunha. Não me desesperei, acatei. Não tentei explicar o que acontecia e nem me perguntei se somente aquele local havia parado no tempo, enquanto lá embaixo, a Terra continuava como antes. Talvez a viagem inteira tivesse sido uma desculpa muito bem engendrada para que eu estivesse ali, sozinho, para viver esse pequeno e grande milagre. Lembrei que os meus avós paternos, haviam deixado Portugal em busca de uma vida melhor no Brasil.

Emocionado e paralisado, vivi o milagre de dilatação do tempo sob um prisma religioso.

Então suavemente, uma luz cheia de presença massageou-me as costas. Fui abraçado por uma imensa e acolhedora luminosidade difusa vinda por trás. Era de dia e as duas formas diferentes de luz interagiram sem conflitos: a do sol acolheu a luminescência espiritual, sem que uma negasse a presença e a força da outra. Como não pude me virar, e nem ver com meus próprios olhos, só me restou vivenciar. Muitas pessoas precisam de provas, de fotos que comprovem os fatos, mas àquele momento, mais importante do que provas, ou ser posto à prova, foi ser a prova do amor transcendental.

Depois de algum tempo, que tanto poderia ser calculado em segundos como em horas, os sons e o vento retornaram mansamente à “normalidade”. Quase como um fóssil retornado à vida, mexi a ponta de um dedo, depois a mão inteira e por fim os braços. Respirei profundamente e estalei o pescoço, antes de me erguer. Quando me virei para saudar a imagem da Virgem de frente, abaixei o meu rosto em sinal de respeito e agradecimento. Havia uma placa logo abaixo da imagem: “Nesse local, ocorreu a última aparição da Virgem.”

Chorei convulsivamente.

Nesses primeiros meses de 1996, eu sabia que a pessoa que eu havia sido, estava se transformando, entrando em uma nova fase da vida.

Relatei essa história, durante os anos, a alguns conhecidos. Na maior parte das vezes, vi incredulidade, mas hoje, 15 anos depois desse encontro, não tenho nada a temer. Nada mais me preocupa, não me submeto ao julgamento alheio, só estou relatando a verdade.

Um pouco antes do livro Mágica Vida Mágica ser impresso, e 15 anos após eu ter estado em Portugal, uma Capelinha das Aparições, idêntica a de Fátima, foi inaugurada no bairro do Recreio no Rio de Janeiro em 2011, bairro para o qual meu irmão havia se mudado, um pouco antes. ”

Nada ocorre à toa nesta vida.

E nem em outras.

2 comentários em “MEU ENCONTRO COM A VIRGEM DE FÁTIMA NA COVA DA IRIA.

  1. Ai que coisa boa visitar o teu blog….
    queria manifestar neste post o quanto eu me emocionei com o teu depoimento do encontro… sabe, isso é tão natural e eu sou muito grata por você dividir isso aqui… esse amor do qual tu falas é um amor que parece dizer através de sensações: você não está sozinho… tenha força… eu estou com você… você tem proteção e nada pode te atingir…
    que coisa linda linda linda…

    parabéns também por ter conhecido Portugal – a essa altura imagino que já tenhas conhecido outros tantos países e isso também me emociona… o meu objetivo mais ousado é conhecer a Italia esse ano… também tem coisas que simplesmente são né… quando a gente acredita na magia da vida ela se mostra de fato, mágica…
    acho que é por isso que me identifico tanto e me sinto tão bem aqui… você também acredita…
    bem, vou dividir com você uma coisa bem legal que vai de encontro com o que posta, justamente pela magia da vida…
    eu sempre sempre quis conhecer o mundo… já passei por muitas coisas, enfim, cresci numa familia que dizia que ser rico é ruim e tals, por isso tinha sempre o necessário apenas para pagar as contas… aí a vida, muito linda, colocou em meu caminho pessoas de um trabalho que eu tinha que almoçar com elas… e elas sempre comentando de Paris, Italia… silicone, cirurgias plásticas… e elas eram uns amores, vi que não era bem assim e comecei a desejar tudo aquilo também… bem, o fato é que depois de um fim de namoro desastroso, entrei em depressão e comecei a me curar quando comecei a frequentar uma casa espírita… aí foi a vez de eu me apaixonar por Eros Ramazzotti… isso alimentou muito a minha vontade de aprender italiano… e continuava a sonhar vendo os vídeos italianos, mas nem ousava sonhar em ir… tive tantas decepções…

    acontece que ano passado (2010) devido muitas coisas precisei pedir demissão e em muitos momentos eu não tinha nenhuma fé… quem me segurava era Deus… sério, de eu cansar de procurar emprego no sol, ser maltratada nas agencias por pessoas mal humoradas… enfim, até que em janeiro de 2011 eu já tinha passado por todos os testes de fé que podia aguentar e para tanto desisti. parei de me incomodar… pois bem, aí que começa… como eu falo inglês (era meu sonho falar e para isso eu larguei a faculdade e fui fazer só inglÊs… tinha me frustrado pois nenhum trabalho que eu tinha até então dava a mínima pra isso) recebi ´POR E-MAIL uma vaga de recepcionista bilíngue… e eu, humilde demais, já sem expectativa sem esperar nada… encaminhei meu currículo… bem, 30 min depois me ligaram, naquela mesma tarde fiz a entrevista e no outro dia fui na empresa – a qual trabalho hoje… e dentre muitas meninas eu fui a selecionada… aqui conheci muitas pessoas do mundo inteiro (meu sonho era esse) e também um deles hoje é meu namorado há 2 meses já… em dezembro desse ano eu vou conhecer a Italia…

    Bem, eu dividi isso com você porque me encanta muito ler as suas, e talvez isso é que me faça perceber as da minha vida. todos possuem esses acontecimentos mas nem todos tem os olhos para ver…

    um abraço muito carinhoso com os melhores votos de luz, paz, amor e surpresas!

    • Oi Josi, muito obrigado por ler o blog e por ter aberto seu coração e compartilhado sua vida comigo e com os leitores. Realmente, a vida é um grande mestre, e quando caímos, nos enfraquecemos, na verdade estamos subindo, ascendendo, caso seja possível compreender as nossas questões com a alma, que nunca se fere, só cresce e aprende a cada “derrapada”, a cada “derrota”. Não há nada de ruim neste mundo, há escolhas, e sempre somos os responsáveis por nossas conquistas e derrotas, mais ninguém é responsável por nada. Deus não é e nem pode ser um juiz, pois Deus não é humano, não pensa como humano, Deus é uma energia imparcial, de criação e destruição, se há luz, há sombra. Você pode tudo e não pode nada, não há fórmula para isso. A sincronicidade é um instrumento para o entendimento. Um importante instrumento. Muitos desejos podem ser realizados, mas o cálculo, a soma, o coeficiente da união de nossos desejos com o desejo do Universo (como está bem descrito nesta passagem: “Seja feita a vossa vontade”) está além de nossas vontades. Muita luz. Muita paz.

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