A história da semana.
Um conhecido passou um final de semana no Rio. Nos encontramos, conversamos, e falei sobre as diferenças entre as capitais. Disse que antigamente o metrô carioca não funcionava aos domingos e que as lojas não abriam, etc. Ele achou engraçado e comentei que a globalização unifica tudo como se as diferenças regionais/culturais não tivessem importância. “É o progresso”, comentei.
Sem nem saber direito o por quê falei sobre o guarda e o fiscal do cigarro e do pipi. Pois é… É o Lixo Zero! Quem jogar lixo ou cigarro na rua ou urinar em via pública é multado. Todo governo que se preze – e com buraco nas finanças – descobre, mais cedo ou mais tarde, que além de aumentar ou criar impostos, o negócio é multar.
O conhecido achou graça e perguntou: – Mas como se cobra?
– Te pedem a carteira de identidade e devem requerer que se pague na hora…
– Mas e se o cara não tiver dinheiro?
– Vai pra delegacia esquentar um banco – ri.
Nos despedimos e ele seguiu adiante. Ao se dirigir para um bar jogou a guimba do cigarro na rua. Em menos de um segundo, surgiram o fiscal e o policial que estendeu o bloco de notas para multá-lo. Ele lembrou do que eu havia contado minutos antes e não acreditou.
– Senhor policial, eu não sou daqui! Não joguei o cigarro no chão por mal!
– Turista ou não, ninguém pode sujar a rua.
– Por favor, seu policial. Não me multe!
Um desconhecido em uma mesa ao lado intercedeu: – Eu também sou turista. Gostaria que em minha cidade multassem quem joga lixo na rua, mas por favor, seu guarda, deixe que o moço recolha o lixo para não ser multado.
Pressionado pela repentina notoriedade, o policial olha para o fiscal e ambos deixam o meu conhecido recolher o lixo para jogá-lo no lixo.
Aliviado, o meu amigo agradece ao estranho.
– Muito obrigado, amigo por ter me ajudado.
Se dão as mãos.
– Nunca mais jogo cigarro na rua, nem em minha cidade! Por falar nisso, de onde você é?
A resposta: a mesma cidade de onde veio o nosso personagem principal.